domingo, 31 de maio de 2020



" Os assentos reformados dos Baptismos que se haviam feito doze meses antes da guerra e nela foram destruídos pelo inimigo andar se iao neste livro de folha 125 em diante"
Foi esta a informação que se encontra e relata nos registos Paroquiais da Serra





Em 1763 um excerto do Livro que fazem referencia ao Carvalhal e á sua Padroeira da Freguesia


sábado, 30 de maio de 2020



Inauguração e Benção da Cruz do Carvalhal

 A Cruz
Ao cimo do carvalhal, junto ao Outeiro da Cabeça Gorda, encontra se o lugar da Cruz, e na qual
está lá a celebre Cruz, Certo que não a original pois em outros tempos era uma de Madeira,
que não se sabe o que lhe aconteceu, muitos só ouviram falar que em tempos estava lá uma
cruz de madeira, desconhecendo se simples ou trabalhada, outros tantos nem se lembram
dessa tal cruz, A razão porque foi lá feita em várias pesquisas verbais seria porque naquele
local existia uma encruzilhada, até aqui é ponto certo, o que varia na história uns diriam que
era por estar esta encruzilhada perto do cemitério e existirem lá almas penadas, outros porque
nesta encruzilhada as bruxas iriam lá dançar com as suas vassouras mesmo alguns garantido
que viram elas a dançar nos céus, contudo o que se sabe é que está lá uma de cimento
(contruida no ano de desconhecido) ( Não se sabe a pedido de quem foi Contruida), foi feita
por O Zé do Azuil e o Azuil Domingos ( Bacalhau) 1 , na sua inauguração foi feita com alguma
pompa e circunstância tendo existido uma procissão e bênção da cruz por parte do Padre José
Dias e estiveram envolvidos o João Pombeira e o Jacinto Domingos ( Bacalhau) 2 Por esta altura
o Fernando Antunes trabalhava numa fundição e prometeu fazer um cristo para colocar na
cruz sendo fundido por ele, e assim o fez estando lá até aos dias de hoje e esperemos por
muitos e bons anos que o vejamos lá


Padre Jose Dias e Manuel Sacristão




Adro da Serra

O Adro da Serra sofreu inúmeras alterações ao longo dos anos,
Nos tempos mais antigos Sec IX ou X existiria uma Mesquita que esteve lá implantada. Depois da saída dos Mouros esta mesquita terá dado lugar a uma sinagoga e sabendo-se que os judeus costumavam marcar as sepulturas dos seus mortos com grandes pedras com estrelas David, Alfa e Omega, que estariam no ermetério, a qual chamamos de Adro e lá se descobriu alguns artefactos com estas marcas aquando de obras... após a entrada dos templários, cerca de 1385 e aquando a passagem do El Rei D João I , mestre de Aviz e D Nuno Alvares Pereira , o Condestável, este tinha feito um voto a Santa Maria da Serra que se saísse vencedor na batalha de Aljubarrota, então El Rei tendo em Tomar o seu agrado e por lá vivendo na graciosa Vila de 1357 a 1363 mandou construir a igreja na Vila de Tomar, no final do sec XIV princípios de XV, passou de templo cristão a igreja de Santa Maria da Serra e na qual também a Cemitério cristão, onde alguns dos nossos familiares ancestrais estão lá sepultados, outros não muito longe, pois estão dentro da igreja, pois eram lá que se faziam as sepulturas e só em meados do 1800 foram para o cemitério publico, contudo em meados de 1850 foi feito o primeiro cemitério publico no adro entao as casas do Matos e dos Senhores Dionisios e foi murado essa zona, portanto entre a igrja e o muro, era de tal maneira estreito que mal dava para passar as procissões e foi assim que se fez o cemitério publico, mas esteve la muito pouco tempo , só nos finais do SEC XIX é que foi criado o Actual cemitério, no meio de muito barulho do povo que não concordavam de separar os seus entes queridos da igreja
As habitações em redor do adro que foram alteradas outras ja não existem como podemos consultar na foto.
Mas uma foto que foi colocada de uma fonte que foi catalogada como na Serra e não era, mas sim no paço, estas fontes foram construídas todas antes de 1900 pois existe relatos de pedidos das juntas para serem recuperadas as fontes pela câmara e passo a citar algumas
1883 26 setembro reparação da fonte publica da Barreira Grande
1887 Reparo Fonte D Joao
1888 Reparo Fonte do Espinheiro
1888 Orcamento para reparos das fontes de Amoreira , Caramochel, Carvalhal, Espinheiro
1888 13 Agosto Reparo da fonte da Junceira
1890 Reparo da fonte do Carvalhal
1893 Pedido para reparação de fonte na Serra
1894 Pedido para arranjar a fonte da serra junto ao lugar do Pinheiro ( S Pedro ) visto estar cheia de raízes de uma nogueira que existe por cima da fonte, a agua ja esta prejudicada e com mau gosto
1899 6 abril reparação da fonte do outeiro da Barreira
1899 20 abril reparação da fonte da Serra
1899 6 julho reparação da fonte do Carril
Em 1912 no Adro da Serra existia um Poço fonte que foi construído a pedido da comissão Paroquial e com participação da câmara . O sistema de funcionamento deste poço era por manipulação de uma enorme roda que era bombeada a agua.
Em 1953 a junta de freguesia, por vereação de Manuel Vicente Hilário foi feito o primeiro empedramento do adro, construção do coreto, e por baixo deste o chafariz do dito poço fonte
A Agua vinha canalizada de um outro poço, aberto então, promovido de um aero motor, na qual a agua era elevada para um deposito de cimento que existia no alto da encosta, na propriedade onde hoje está o lar .
mais tarde Manuel de Matos tomou a iniciativa de mandar construir um novo deposito e abrir furos com duas intençoes para que a agua não fosse tão férrea e outra ajudando os velhinhos pobres da nossa freguesia, ou seja contrariando as leis da época, tal como as de hoje não permitiam que as juntas de freguesia cobrassem agua e que essa receita fosse doada a quem o doador assim quisesse, ao que se parece os velhinhos nunca receberam nada.
A agua era distribuída por contadores e fontanário S Gião, Quinta do Filipe, Portela e Caramochel, contudo na Abadia que era e é a extensão da Serra não tinha ligação
O deposito antigo foi demolido derivado ao seu estado de degradação e o coreto reparado á alguns anos atrás
Fica aqui um pouco da historia do adro e da Agua e da Serra , em breve colocaremos mais dados

Romaria a Dornes, pela Freguesia da Serra

Desde o Século XIX que se faz esta romaria e já estamos no Século XXI e permanecemos com esta tradição.
A Igreja paroquial Nossa Senhora de Dornes, remonta ao Século XII, sendo que foi reconstruida no Século XV. Lá estão guardados vários Círios ( Velas), onde predomina na suas inscrições a cruz e a coroa, quer de várias freguesias do nosso concelho, como de concelhos vizinhos, que vai de Tomar até Condeixa , estas romagens começam na segunda feira de Páscoa e só terminam no terceiro Domingo de Setembro.
A deslocação a Dornes para a romaria da Senhora do Pranto cabe á freguesia da Serra ir, no Domingo anterior ás festas do Espirito Santo, com o seu Pendão e bandeiras ( também este chamado de Cirio), com a Irmandade, e o povo devoto, lá rumam com carros decorados em cortejo até ao templo onde será celebrada a missa e como nos primórdios agradecer à Senhora do Pranto as graças concedidas aos seus antepassados e fazer novas preces, a nossa magnifica Vela remonta a 1825, e com um desenho monumental...
Anteriormente esta romaria era feita a pé , ou puxada por animais muares, sendo que o pendão ( Círio ) iria a Cavalo, na igreja encontrava-se uma pedra com uma concavidade para se colocar a grossa vela.
"Deixamos aqui uma passagem de 1952
A romaria tinha saido da Serra ás 10 horas e chegou a Dornes por volta das 11:30, com algumas dezenas de automoveis e camionetas devidamente enfeitadas, que transportavam tantas pessoas, que encheram por completo o Templo de Dornes, onde assistiram à missa e cumpriram as promessas.
Depois no regresso para o almoço , este foi realizado no local do costume, onde todos os romeiros fizeram o piquenique, onde conviveram tal como os nossos antepassados, e que é realizada desde 1825 sem nenhuma interrupção, dizem os mais antigos que na mudança dos tempos, o seu percurso foi alterado, antigamente as pessoas deslocavam se em carroças ou charretes, a cavalo em mulas, burros ou cavalos, depois passou se a ir de carro camioneta e motorizadas. Em outros tempos a saida da Serra era ás 8 horas da manhã, almoçava-se a meio do caminho por volta das 10 horas e seguiam para Dornes que chegavam perto do meio dia onde se assistia as cerimonias religiosas, no regresso fazia-se uma nova refeição, chamado jantar do caminho por volta das 2 horas, onde se convivia durante umas boas e felizes 2 horas, e depois continuava-se o caminho, que parava no Marco, no limite da freguesia da Junceira Olalhas e Serra, eram deitados varios foguetes a anunciar que a Romaria iria entrar novamente na Serra, onde muitos se deslocavam para assistir ao retornar da procissão que terminava com atos religiosos"
Como se referiu as Romagens a Dornes são feitas em datas fixas, salienta-se
Alviobeira e Sabacheira, que fazem este caminho na 2ª Feira do Espirito Santo com o seu Cirio datado de 1863
Olalhas comparece ao Templo na Terça Feira de Espirito Santo e o seu Cirio tem a data de 1826
Casais e Junceira estão presentes a 15 de Agosto sendo que o Cirio de Casais é de 1843 e da Junceira (***)
S Pedro esteve durante muitos anos a comparecer mas deixou cair esta tradição .
Como vimos estas romagens vão além concelho de Tomar este modo fica aqui algumas datas de Cirios que são cuidadosamente guardados numa dependência da Igreja , para este efeito
Chãos de 1825; Beco 1949; Ferreira do Zezere 1827; Areias 1926; Arega 1845; Formigais 1893; Maças de D. Maria 1825; Lamas 1839; Mirado 1825; S Tiago 1881; Zambujal 1889; Vila Seca 1876; Poudentes 1859; Aguda 1874
Segundo reza a historia ao Povo da Sabacheira desloca-se a pedir protecção á Senhora derivado a uma praga nas oliveiras; e o povo de Cernache do Bom Jardim, pela praga de formigas
A Freguesia da Serra comemorou hoje 195 anos que se desloca a Dornes, sem interrupções, neste período passamos por guerras mundiais, pandemias, mas sempre o povo se fez ao caminho, e desta vez de modo muito reduzido, mas o bastante para continuar esta tradição, para o ano esperemos que o povo possa acompanhar esta romaria .