sábado, 27 de janeiro de 2018

Memórias Paroquiais


As Memórias Paroquiais inserem-se num esforço de realização de inquéritos sobre o território, que vinha do começo do século XVIII. A sua execução continua o trabalho do Pe Luís Cardoso que, entre 1747 e 1751, publicou dois volumes do seu Dicionário Geográfico, que ficou incompleto.
O projecto é retomado em 1758, com apoio do governo, sendo o questionário de base ampliado e dividido em 3 partes, contendo perguntas sobre a paróquia, a serra e o rio. O inquérito era dirigido aos párocos e a qualidade das respostas é muito diferenciada, dependendo do empenho e da capacidade de cada um dos eclesiásticos. A documentação é composta por 44 volumes manuscritos, compreendendo as respostas dos párocos e os resumos relativos a um conjunto de paróquias para as quais não existem "memórias".

 PORTUGAL SACRO-PROFANO,


OU CATALOGO ALFABETICO de todas as Freguezias dos Reinos de Portugal, e Algrave, das Igrejas com seus Oragos, do titulo dos Parocos, e annual rendimento de cada huma: dos Padroeiros,que apresentão: juntamente com as leguas de distancia da METROPOLI DO REINO, E da cidade principal, e cabeça do Bispado, com o numero dos fogos. [tomo II e III - Noticia das terras do Reino, que tem Correio, e as que não tem, de que correios se servem.] Composto por Paulo Dias de Niza. LISBOA, Na Officina de Miguel Manescal da Costa, Impressor do Santo Officio. Anno 1767-1768.

Serra, ou Abadia, Freguesia na Prelazia de Tomar, Tem por Orago N. Senhora da Purificação, o Paroco e Vigario da aprefentação de El Rei pelo tribunal da Mesa da coefciencia, rende 177 alqueires de Trigo, um molho de Cevada, 26 almudes de vinho e 24 mil reis em dinheiro, fora o que rende o pé de altar; difta de Lisboa 22 Léguas, e de Tomar 2, tem 445 fogos

As Memórias Paroquiais de 1758 são o resultado de um inquérito realizado a todas as paróquias de Portugal.
O inquérito teve lugar em 1758, três anos após o sismo de Lisboa de 1755, a mando de Marquês de Pombal.
O questionário foi enviado a todos os bispos das dioceses do reino, para que fossem respondidos pelos seus párocos e remetidas as respostas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.
A tarefa de proceder à organização das respostas de todos os documentos coube ao Padre Luís Cardoso, sendo concluída em 1832, já depois do seu falecimento, altura em que se terá completado o índice de todas as respostas aos inquéritos recebidos.
 inquérito estava dividido em três partes, sobre as povoações, sobre as serras e sobre os rios.
Na primeira parte, sobre as povoações, pedia-se resposta a 27 perguntas. Entre as perguntas, era possível saber onde a paróquia ficava situada, de quem era a jurisdição da localidade, qual a sua população, que título tinha o pároco e quantos eclesiásticos e respectivas rendas tinha a igreja, se havia conventos, hospitais, misericórdias, ermidas e romarias; se tinha alguma feira, privilégios e antiguidades, fontes ou lagoas, ou muralhas e castelo, bem como personagens ilustres. Perguntava-se também pelos serviços de correio, pelas produções da terra e pelos danos do sismo de 1755.
Na segunda parte, sobre as serras, colocavam-se 13 questões.
Na terceira parte, sobre os rios, eram colocadas 20 perguntas.
Todas as partes terminavam com a recomendação: «E qualquer outra coisa notável que não vá neste interrogatório». Era uma forma de captar outras particularidades da freguesia[1].

As perguntas

As perguntas colocadas foram as seguintes

Parte I: O que se procura saber da terra

1. Em que província fica, a que bispado, comarca, termo e freguesia pertence.
2. Se é d’el-Rei, ou de donatário, e quem o é ao presente.
3. Quantos vizinhos tem, e o número de pessoas.
4. Se está situada em campina, vale, ou monte e que povoações se descobrem dela, e quanto distam.
5. Se tem termo seu, que lugares, ou aldeias compreende, como se chamam, e quantos vizinhos tem.
6. Se a Paróquia está fora do lugar, ou dentro dele, e quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia, e todos pelos seus nomes.
7. Qual é o seu orago, quantos altares tem, e de que santos, quantas naves tem; se tem Irmandades, quantas e de que santos.
8. Se o Pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação é, e que renda tem.
9. Se tem beneficiados, quantos, e que renda tem, e quem os apresenta.
10.Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas, e quem são os seus padroeiros.
11.Se tem hospital, quem o administra e que renda tem.
12. Se tem casa de Misericórdia, e qual foi a sua origem, e que renda tem; e o que houver de notável em qualquer destas coisas.
13. Se tem algumas ermidas, e de que santos, e se estão dentro ou fora do lugar, e a quem pertencem.
14. Se acode a elas romagem, sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes.
15. Quais são os frutos da terra que os moradores recolhem com maior abundância.
16. Se tem juiz ordinário, etc., câmara, ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta.
17. Se é couto, cabeça de concelho, honra ou beetria.
18. Se há memória de que florescessem, ou dela saíssem, alguns homens insignes por virtudes, letras ou armas.
19. Se tem feira, e em que dias, e quanto dura, se é franca ou cativa.
20. Se tem correio, e em que dias da semana chega, e parte; e, se o não tem, de que correio se serve, e quanto dista a terra aonde ele chega.
21. Quanto dista da cidade capital do bispado, e quanto de Lisboa, capital do Reino.
22. Se tem algum privilégio, antiguidades, ou outras coisas dignas de memória.
23. Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas á
guas tem alguma especial virtude.
24. Se for porto de mar, descreva-se o sitio que tem por arte ou por natureza, as embarcações que o frequentam e que pode admitir.
25. Se a terra for murada, diga-se a qualidade dos seus muros; se for praça de armas, descreva-se a sua fortificação. Se há nela, ou no seu distrito algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente.
26. Se padeceu alguma ruína no terramoto de 1755, e em quê, e se está reparada.
27. E tudo o mais que houver digno de memória, de que não faça menção o presente interrogatório.

Parte II: O que se procura saber da serra

1. Como se chama.
2. Quantas léguas tem de comprimento e quantas tem de largura, aonde principia e acaba.
3. Os nomes dos principais braços dela.
4. Que rios nascem dentro do seu sítio, e algumas propriedades mais notáveis deles; as partes para onde correm e onde fenecem.
5. Que vilas e lugares estão assim na Serra, como ao longo dela.
6. Se há no seu distrito algumas fontes de propriedades raras.
7. Se há na Serra minas de metais, ou canteiras de pedras, ou de outros materiais de estimação.
8. De que plantas ou ervas medicinais é a serra povoada, e se se cultiva em algumas partes, e de que géneros de frutos é mais abundante.
9. Se há na Serra alguns mosteiros, igrejas de romagem, ou imagens milagrosas.
10. A qualidade do seu temperamento.
11. Se há nela criações de gados, ou de outros animais ou caça.
12. Se tem alguma lagoa ou fojos notáveis.
13. E tudo o mais que houver digno de memória.

Parte III: O que se procura saber do rio

1. Como se chama assim, o rio, como o sitio onde nasce.
2. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o ano.
3. Que outros rios entram nele, e em que sitio.
4. Se é navegável, e de que embarcações é capaz.
5. Se é de curso arrebatado, ou quieto, em toda a sua distância, ou em alguma parte dela.
6. Se corre de norte a sul, se de sul a norte, se de poente a nascente, se de nascente a poente.
7. Se cria peixes, e de que espécie são os que traz em maior abundância.
8. Se há nela pescarias, e em que tempo do ano.
9. Se as pescarias são livres ou algum senhor particular, em todo o rio, ou em alguma parte dele.
10. Se se cultivam as suas margens, e se tem muito arvoredo de fruto, ou silvestre.
11. Se têm alguma virtude particular as suas águas.
12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou começa a ter diferente em algumas partes, e como se chamam estas, ou se há memória que em outro tempo tivesse outro nome.
13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sitio em que entra nele.
14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes que lhe embaracem o ser navegável.
15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau, quantas e em que sítio.
16. Se tem moinhos, lagares de azeite, pisões, noras ou algum outro engenho.
17. Se em algum tempo, ou no presente, se tirou ouro das suas areias.
18. Se os povos usam livremente as suas águas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão.
19. Quantas léguas tem o rio, e as povoações por onde passa, desde o seu nascimento até onde acaba.
20. E qualquer coisa notável, que não vá neste interrogatório.


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A Lenda Da Costureirinha


Quem não a ouviu, ouviu falar da costureirinha
Quem não a ouviu, mas certamente ouviu histórias de familiares que a ouviram, mesmo acreditando que já todos nós. ouvimos a historia, lá vai ela. O que se ouvia afinal? O som daquelas máquinas antigas a pedal que a corda passava por os rodízios, do tempo das nossas avós ou mães conforme a idade, o som do pousar da tesoura de metal em cima do frio ferro, ou mesmo o corte de fios e panos com a tesoura. O som vinha de qualquer parte da casa fosse do forro ou dos sótão, na cozinha, no quarto ou na sala, todos os sítios podíamos ouvir aquele som. Mas quem era? Uma alma penada? Nova ou Velha ? E porque ? 
são inúmeras as versões  assim como onde a ouviram de norte a sul, por todas as cidades e locais ela foi escutada. existem relatos que foi castigo por quebrar promessas e a Divindade a castigou, tais como:
* Uma das lendas diz que a costureirinha não tinha cumprido uma promessa feita a S Francisco e aquando da sua morte foi condenada a andar pelo mundo dos vivos, para remissão da promessa feita.                            * Mas outra versão da lenda diz que a costureirinha tinha prometido fazer um manto para oferecer a Nossa Senhora, não tendo cumprido a sua promessa, foi castigada a cumprir a sua promessa depois da sua morte ate concluir a promessa feita.
* Um outro relato faz menção que uma costureira tinha tido uma doença muito grave e que teria prometido ao céu que caso melhorasse daria a sua maquina. Na realidade ela escapou a sua sentença de morte, mas não cumpriu com o prometido. então quando faleceu foi castigada e obrigada a andar a costurar com a sua máquina sem parar de casa em casa.
* outra das versões, e sim foi esta que eu ouvi que era uma costureira que só trabalhava muito avarenta e que trabalhava todos os dias, até os dias santos, e quando faleceu foi castigada por nao respeitar os dias sagrados
Mas também existe a lenda de a costureira que foi sacrificada em vida, algo mais fraterno:
* uma costureira estava a fazer um vestido de casamento para a sua filha e esta terá falecido antes do casamento, a costureira viveu sempre de tamanho desgosto, e mesmo depois de morta andava de casa em casa a costurar sem parar. 
* Outra versão parte de uma família muito pobre que a senhora fazia trabalhos de costura para sustentar a sua família, contudo o marido era muito bebado e estoirava o dinheiro que havia em bebida, e e costureirinha era obrigada a trabalhar dia e noite para poder por comida na mesa para a sua família, e mesmo depois de morrer nunca parou de costurar   
Enfim a costureinha terá sido alguém que andou por este mundo a pagar pelo seu pecado ou  derivado a sua vida e mesmo depois da sua morte não parou mais o seu oficio .
E agora ? Que é feito da costureirinha ? Acabou o seu sacrifício ou castigo ? 
Não uns dizem que quando apareceu a televisão e a iluminação deixaram de a ouvir, outros dizem que seria bichos da madeira e que as casas foram remodeladas  nao fazendo os barulhos, outros dizem que era imaginação das pessoas e um modo de criar respeito a promessas feitas e o respeito da crença religiosa.
Outros dizem que ainda hoje a ouvem...
E tu ? Ainda a ouves ? Nunca a ouviste ? Conheces outra historia que te tenham contado dela ? Partilha connosco. 

Boletim Informativo da Comissão de Melhoramentos do Carvalhal 1975 - 1987


 Comissão de Melhoramentos do Carvalhal

Esta comissão nasceu para colmatar as grandes carências que existiam, e ainda existem, no nosso lugar.
Foi o seu primeiro impulsionador o senhor Manuel Maria Joaquim 
Em onze do mês de Outubro de mil novecentos e setenta e cinco (1975), em Assembleia Deliberativa, foi eleita a primeira comissão que passou a denominar-se:
“COMISSÂO DE MELHORAMENTOS DO CARVALHAL”
Foram eleitos os Senhores:
Jacinto Domingos
João Marques Martins
Maria do Carmo
Entretanto, durante o período que mediou entre o ano de mil novecentos e setenta e cinco (1975) e o ano de mil novecentos e oitenta e seis (1986), teve outros elementos que deram a sua colaboração.
O programa de melhoramentos que apresentamos era ambicioso, mas não impraticável, entre eles destacavam-se os seguintes:
1. Puxar a água da fonte para os fontenários a distribuir pelo lugar
2. Reparação da estrada entre o Carvalhal e a Serra
3. Caixa ou marco para correspondência
4. Telefone público
5. Construção de um salão para convívios
6. Construção de uma capela
7. Dependência para os serviços administrativos
8. Instalação de uma biblioteca
9. Pressionar a Junta de Freguesia para a instalação de uma farmácia na Serra e adquirir uma ambulância
Alguns destes melhoramentos já foram realizados outros aguardam a melhor oportunidade.
Esta comissão que praticamente terminou o seu mandato, em face da celebração da escritura notarial que constitui uma Associação, se bem que, ter tido informado das contas e o decorrer dos trabalhos, patenteado o nas reuniões efectuadas, entendeu apresentar através deste boletim, toda a actividade desenvolvida no período 1975 a 1987.
Nos elementos que se apresentam, é muito possível haver, e há, no que se refere a nomes de pessoas que contribuíram com o seu esforço e dádivas, qualquer troca, nomes incompletos, pois como é óbvio, dada a natureza das festas convívios, ofertas e outras, não nos forneceram os dados completos como era o nosso desejo.
Por este facto, pedimos desde já desculpa por quaisquer anomalias que possam aparecer.
No entanto, ficamos ao dispor de todos que queiram apresentar qualquer reclamação.
Não foi tarefa fácil o trabalho desenvolvido onde aparecem os contentamentos e descontentamentos. Felizmente tudo foi ultrapassado pela confiança que o povo nos honrou de forma a podermos cumprir a nossa missão.
Prestamos aqui também a nossa homenagem e sentimentos de pesar pelos nossos conterrâneos que já partiram para a eternidade.
As contas gerais que a seguir desenvolvemos, tiveram os seguintes montantes
Receitas Totais – Esc.: - 2.397.665$70
Despesas Totais - Esc.: - 2.515.166$40
Verifica-se a existência de um défice no montante de Esc: - 117.500$70
Todos os interessados em confirmar estes valores podem dirigir-se á Comissão, onde poderão fazer através de documentos comprovativos, assim como, qualquer omissão ou dúvidas que possam suscitar, prestará todos os esclarecimentos

A COMISSÂO

Contas Gerais
As receitas globais fixaram-se em esc: 2.397.665$70 distribuídas pelas seguintes rubricas:
DONATIVOS..................Esc: - 1.040.009$00
FESTAS E CONVIVIOS....Esc: -1.153.914$70
MATERIAIS (Venda)......Esc:              700$00
ÁGUA (Exploração)......Esc        203.402$00

As despesas totais somaram esc: 2.515.166$40, distribuídas tambem pelas seguintes contas:
DESPESAS GERAIS ................... Esc:         57.435$50
MÃO DE OBRA......................... Esc        274.748$50
MATERIAIS............................... Esc: - 1.012.407$20
ENERGIA ELÉCTRICA................ Esc:         34.594$70
FESTAS E CONVIVIOS ............. Esc:        626.955$50
CAPTAÇÃO DE ÁGUA ( Nova ) Esc:         318.025$00
MÓVEIS E UTENSILIOS........... Esc:         191.000$00

Existe um saldo negativo no montante de: Esc.: -117.500$70

Damos a seguir o desenvolvimento por fases dos gastos efectuados com os melhoramentos realizados




1ª FASE

Teve como é natural em primeira fase, o abastecimento de água ao lugar através dos fontenários. Foram construídos sete nos sítios mais adequados á sua utilização.
Não há duvida que foi um dos melhoramentos de maior interesse, o que nos apraz aqui mencionar o que foi feito para tornar possível este empreendimento:
Foram aplicados na rede geral:
Acessórios 49 Peças Diversas
Areia 10 Metros Cúbicos
Betão Armado 16,5 Metros Cúbicos
Cascalho 3 Metros Cúbicos
Cimento 1,5 Toneladas
Cofragem 20 Metros Cúbicos
Ferro 0,852 Toneladas
Gasóleo 520 Litros
Mão de Obra 912 (a)
Pregos 33 Kg
Saibro 10 Metros Cúbicos
Tijoleiras 500 Unidades
Tubo Galvanizado 27,7 Metros
Tubo Plástico 1,440 Metros
(a) 592 Horas foram dadas pela população.


Dos 7 fontenários, 6 foram construídos e oferecidos pelos Senhores:
1. ANTÓNIO PEDRO
2. JACINTO DOMINGOS
3. FERNANDO DIAS
4. FERNANDO ABREU
5. JOSÉ ANTUNES SERENO
6. BENARDINO PEDRO



O total das despesas efectuadas com os fontenários a funcionar até Outubro de 1987, elevaram-se a Esc: 294.144$90, não estando aqui incluídas as despesas com a nova captação de água, que serão mencionadas na 3ª fase dos melhoramentos.



 Fontenário Principal
As cantarias e mármores que embelezam este fontenário, foram oferecidos pelo nosso conterrâneo Senhor ANTONIO ANTUNES LATA
O Fontenário foi construído no local dum antigo forno cedido pela Família do Senhor Eng.º. MANUEL DOMINGOS.
Como é sabido de todos, depois de se encontrar em funcionamento a distribuição de água pelos fontenários, pretendeu-se entregar a exploração aos Serviços Municipalizados, o que não sucedeu, dado às dificuldades económico-financeiras de momento, conforme foi deliberada pelo Conselho de Administração em sua reunião de 12 de Maio de 1978. Nesta conformidade, foi esta Comissão autorizada a efectuar a exploração directa, dentro das condições que foram acordadas.
Não queremos deixar de realçar, o grande significado desta obra, que foi inaugurada no dia 7 de Agosto de 1976, com a presença dos Exmº Senhor Presidente da Camara Municipal de Tomar e o Exmº Senhor Presidente da Junta da Serra.
Nunca é tarde lembrar algumas passagens a propósito, no discurso pronunciado pelo Senhor MANUEL MARIA JOAQUIM
“... Para iniciar queria perguntar aos filhos desta terra, principalmente aqueles que amargaram com o cântaro de água á cabeça ou ás costas, da fonte a sua casa, como se sentiam quando chegavam á oliveira torta, ou ao cimo da ladeira da IRENE? A resposta de todos será esta: Se pusessem a mão na boca rebentavam como uma cigarra! É ou não verdade?... Quero Salientar que as mulheres tiveram um papel muito importante na construção desta obra, não se esquivando a quaisquer trabalhos pesados, pelo contrário, pegaram na picareta e na pá como homens, abriram e taparam valas, fizeram argamassa e acarretaram-na, enfim, sujeitaram-se a todos os trabalhos difíceis que geralmente são executados por homens. É caso para dizer que no Carvalhal ainda existem mulheres de têmpera... Peço pois a vós jovens que não se desorganizem, pelo contrário, trabalhai sempre para um melhor aperfeiçoamento, preenchendo sempre os lugares que vão sendo deixados pelos mais velhos por outros mais novos...”

Também, ao discursar nesta inauguração o Senhor ANTÓNIO JOÂO CARLOS pronunciou, entre outras, as seguintes passagens:
“... Á Câmara Municipal por intermédio de V. Excelência Senhor Presidente se agradece a preciosa colaboração através da oferta da baixada á cabine junto da fonte, o que muito veio atenuar os problema que eram enfrentados pela Comissão de Melhoramentos. Igualmente á Junta da Freguesia, na pessoa do Senhor Presidente MANUEL PARDELHAS, um agradecimento pelo entusiasmo que sempre demonstrou na realização desta obra, ajudando em tudo ao alcance das suas possibilidades. Ao povo do Carvalhal um agradecimento muito especial pela sua disciplina consciente que sempre revelou no decorrer dos trabalhos, procurando sempre através de diálogo nas reuniões deliberativas, ajudando questões que se propuseram para serem resolvidas, dando a melhor colaboração e o melhor do seu contributo, como se pode verificar dos mapas elucidativos patentes no Salão de Festas. Não esquecendo aqueles que apesar de não serem do nosso lugar, nem da freguesia, contribuíram também para o nosso projecto a esses, os nossos melhores agradecimentos...”

2ª FASE
Reparação da Estrada

Após várias insistências por parte desta Comissão junto da Camara Municipal de Tomar e da Junta Autónoma das Estradas, com delegações em Tomar e Santarém, foi possível levar a cabo este melhoramento.
Houve vários contratempos, paralisação dos trabalhos, etc. Tudo isto, foi dinamizado com as diligências efectuadas por esta Comissão junto das entidades oficiais.
A despesa que foram a cargo da Câmara e da Junta Autónoma das Estradas, uma parte foi suportada por esta Comissão no alargamento da estrada no troço junto á estrada da Serra para o Canto de Baixo, com a destruição do muro existente e a construção de outro com cerca de cento e cinquenta metros.




 3ª FASE
 NOVA CAPTAÇÂO DE ÁGUA

Tendo-se verificado após um prévio estudo, que havia a possibilidade de se proceder á ligação de água para as residências com uma nova captação, para contrabalançar o nascente de água nativa (fonte), assim se fez, com a execução de um furo artesiano.
Este melhoramento custou ESC: - 331.195$00, sendo ESC: - 318.025$00 para o furo e           ESC: - 13.171$00 para alguns materiais e mão de obra.
Podemos estar orgulhosos por levarmos a efeito esta obra, dado que, não temos tido falta de água
A Comissão apela ao povo deste lugar para a conservação dos fontenários, evitando a sua degradação visto que é, melhoramento de grande utilidade.
Não nos esqueçamos, que foi o povo que a em Assembleia Deliberativa realizada em 25 de Julho de 1976 que aprovou o regulamento da exploração e conservação do fornecimento de água.
O abastecimento já rendeu até Outubro de 1987 a importância de  ESC: - 203.042$00,



4ª FASE
SALÂO CONVIVÌO

Considerando que o salão que existia, não satisfazia as condições necessárias, fazia parte do programa desta Comissão, a construção de um novo edifício que melhor servisse a comunidade.
Neste sentido, a Comissão diligenciou junto dos proprietários com terrenos anexos, solicitando a cedência de parcelas do terreno de forma a alargar o espaço, advindo dai, um terreiro mais espaçoso.
Foi esta comissão bem sucedida. Pela Família do Sr. JACINTO DOMINGOS e a Família do Sr. MANUEL DOMINGOS, cederam-nos parcelas junto ao antigo salão.
Por parte de Sr. ANTÒNIO JOSÈ BLAIZE DO AMARAL SEMBLANO, uma faixa com cerca de 50 metros quadrados, também grátis. De igual modo, pelo Sr. FRANCISCO VICENTE NUNES cedeu um terreno com a área de aproximadamente 120 metros quadrados, onde se construiu o salão para convívios.
Ainda neste terreno está projectado mais uma construção para a instalação dos serviços administrativos, biblioteca e telefone posto publico.
O custeamento deste novo salão elevou-se a ESC: - 744.999$00, estando incluindo a verba o valor de alguns móveis. Porém, se considerarmos as ofertas em materiais e mão-de-obra, o valor deste empreendimento aumentaria consideravelmente.

5.ª FASE
CAPELA

No edifício que serviu de salão de convívio e capela simultaneamente, foi remodelado para uso exclusivo da capela.
Aqui, temos que fazer uma referência muito especial à pessoa que deu origem a este salão, que sempre lutou pelo bem-estar do povo do Carvalhal, que foi o Senhor JOÂO MARQUES MARTINS que infelizmente já não se encontra entre nós.
As despesas com esta obra foram de ESC: - 450.918$50, incluindo móveis e alguns artigos religiosos.
Algumas ofertas, entre elas destacamos as seguintes:
SACRÀRIO E OUTRAS IMAGENS, PARAMENTOS, CANTARIAS E MÁRMORES
PORTAS, MADEIRAMENTO, AZULEJOS, Mão-de-obra, ETC
Se assim não fosse, o valor real das despesas seria muitíssimo mais elevado.
A capela foi inaugurada em 6 de Setembro de 1986, com missa celebrada por Sua Excelência Ver.ª Senhor D. FREI ANTÒNIO FRANCISCO MARQUES (Bispo de Santarém).

FESTAS – CONVIVIOS
SORTEIOS – JOGOS DESPORTIVOS

Durante a nossa vigência, realizaram-se diversas festas, convívios, sorteios e jogos desportivos, organizados pela juventude deste lugar, tendo á frente o espirito organizador do Sr. JOÂO SANTOS CAETANO que chegou a formar um rancho folclórico constituído por 8 raparigas e 8 rapazes, que muito contribuíram para animar as nossas festas, nunca faltando os jogos desportivos e celebres leilões de bebidas finas e artigos de valor.
Desta forma, os resultados verificados entre receitas e despesas foram animadores, como a seguir se demonstra
RECEITAS……………………..Esc.:- 1.153.914$70
DESPESAS…………………….Esc.:-     626.955$50
RESULTADO POSITIVO….Esc.:-     526.959$20



DONATIVOS VOLUNTÀRIOS


Independentemente dos auxílios recebidos por várias formas, houve donativos voluntários, cujo montante atingiu uma verba da ordem de Esc.:-  1.040.009$00, importância esta, que contribuiu grandemente para a execução desta missão, que foi melhorar as condições de vida do povo do Carvalhal
Por ser demasiada, não publicamos a lista dos ofertantes que, entre a população do Carvalhal, dos lugares limítrofes, amigos e anónimos andam por volta dos 280 pessoas



Finalmente, os senhores
ADELINO ANTUNES RODRIGUES DA SILVA
ANTÓNIO JOÃO CARLOS
ANTÓNIO MARIA DE ALMEIDA
JACINTO DOMINGOS
JOÃO DOS SANTOS CAETANO
MANUEL NUNES PEREIRA
Elementos da Comissão cessante, agradecem a todas as pessoas que comparticiparam com as suas ofertas e prestaram a sua melhor colaboração



















TEXTO E IMAGENS DO 
BOLETIM INFORMATIVO DA COMISSÂO DE MELHORAMENTOS DO CARVALHAL 
1975 / 1987
Mendigos... A nossa Freguesia foi registado nos livros de óbito alguns mendigos, contudo é algo forte de se ler, existia muito pobreza, tempos difíceis, o trabalhar de sol a sol, os filhos mesmo pequenos terem que trabalhar para a casa, o trocar animais por algum dinheiro e por outros alimentos. todos ouvimos estas duras historias, contudo mendigo é algo que não esperava encontrar... ficam aqui dois exemplos, sendo que já publicamos 1 no lugar do Carvalhal







1876 Jacinta Genoveva, nascida no lugar de Chão das Maias, filha de Basílio da Silva e Genoveva Maria, criada de servir, na Amoreira lugar da freguesia da Serra, solteira e com filho de pai incógnito, de seu Manuel, tal como diz o registo de óbito morreu por efeito de veneno, tinha um filho de 2 anos que após a sua morte foi levado para Tomar.
Pois desconhece-se se por acidente ou por opção a causa da sua morte foi envenenamento, o filho provalvelmente terá ido para a Roda de Tomar afim de ser criado por uma ama, e muitas mulheres foram amas de muitas crianças vindo da roda. Não se sabe muitos pormenores, até porque nos registos até agora transcritos da freguesia da Serra, ao contrario de outras freguesias de outros lugares e concelhos o padre não se alongava muito, por vezes ser omisso vários dados como profissões, naturalidade ou residencial e por vezes ate mesmo os nomes de pais ou avós.



sábado, 20 de janeiro de 2018

Vamos dar inicio a um novo capitulo
Os nomes a negrito correspondem a quem de alguma forma esteve ligado ao Carvalhal
Nasceram, Viveram e faleceram, enfim que  passaram pelo Lugar do Carvalhal e que ficaram nos registos paroquiais



Registos e datas de Batismos do ano 1803
Constatamos que nasceram no lugar no ano de 1803, 7 crianças sendo 5 do sexo Feminino e 2 do sexo Masculino

1803 Joaquina Maria, Madrinha de Feliciano

1803-05-01 Maria, filha de Joaquim dos Santos e Ana Maria moradores no Carvalhal, Pais de Ana Maria são Feliciano Nunes e Maria Antunes ambos naturais do Carvalhal, Padrinhos Manuel Antunes e Genoveva Maria ambos moradores no Carvalhal

1803-05-03 Maria Lopes natural do Carvalhal, mãe de Ana Maria

1803-05-15 Florinda, Filha de José Antunes (natural da Caxoaria) e Maria Antunes natural do Carvalhal e moradores no Carvalhal, Pais de Maria Antunes Feliciano Nunes e Maria Nunes ambos Naturais do Carvalhal

1803-06-22 Leocadia Nascida em Castelo Novo, Filha de Manuel Antunes natural do Carvalhal
e de Angelica Maria Natural e moradores em Castelo Novo. o pai de Manuel Antunes é Jose Antunes Natural no Carvalhal e morador em Castelo Novo

1803-07-04 Joaquim filho de Manuel Nunes de Oliveira e de Maria de Jesus moradores no Carvalhal a mãe de Manuel Antunes é  Josefa de Oliveira natural do Carvalhal, foi Padrinho Manuel António do Carvalhal  

1803-10-02 João filho de Manuel Rodrigues e Maria Joaquina Pais de Manuel Rodrigues  são  João Rodrigues ( natural de Viena, S. Lourenço , Porto) e Ana Lopes natural do Carvalhal e moradores no Carvalhal. Pais de Maria Joaquina são José da Silva natural do Carvalhal e Antónia Maria natural de Castelo Novo ambos residentes no Carvalhal

1803-10-11 Manuel Afilhado e Sobrinho pelo lado materno de Francisca

1803-10-07 Josefa Filha de Manuel da Silva natural do Carvalhal morador na Esteveira com Maria de Jesus, Filho de José Antunes da Silva natural do carvalhal e Antónia Maria natural de Castelo Novo, ambos moradores no Carvalhal

1803-11-20 Afilhado de Manuel Sebastião morador no Carvalhal

1803-11-23 Rosa filha de Sebastião dos Santos e Josefa Maria ambos moradores no Carvalhal, neta Paterna de José dos Santos natural de Carrapatoso, Souto, Abrantes e Maria Antunes natural do Carvalhal e moradores no Carvalhal. Neta Materna de José Antunes Natural da Rola, freguesia da Atalaia e Rosa Maria natural do Carvalhal e lá moradores

1803-12-15 Maria filha de Paulino dos Santos e Maria Rodrigues moradores no Carvalhal, neta paterna de José Antunes e Maria de Oliveira ambos naturais e moradores no Carvalhal, Padrinho Manuel Sebastião e Madrinha Maria de Jesus residentes ambos no Carvalhal